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1 de maio de 2015

ESSAS CRUCIFICAÇÕES EXISTIRAM - O GENOCÍDIO QUE NÃO É RECONHECIDO




Dia, 24 de abril de 2015, foi 100° aniversário de um dos maiores, mais cruéis, mais chocantes e bárbaros genocídios da história da Humanidade, a chamada "Grande Deportação", o hipócrita nome dado ao assassinato metódico e organizado de 1,5 milhões de armênios pela Turquia, durante o governo dos Jovens Turcos.

75% dos armênios existentes. Três quartos de um povo assassinados, em um só processo.


O ocidente, incluindo os Estados Unidos, em geral nega o uso do termo "genocídio" para o assassinato de 3/4 dos armênios, por motivos diplomáticos (iria implicar em pagamento de reparação pecuniária pela Turquia às famílias das vítimas, dada a imprescritibilidade dos crimes contra a humanidade). George Bush, pessoalmente, solicitou com urgência que fosse barrada a votação de uma resolução sobre o assunto pelo Congresso. Barack Obama, que na campanha prometeu reconhecer o genocídio, voltou atrás depois de eleito e não toca no assunto, por questões diplomáticas (todos sabem a importância do apoio da Turquia na política americana para o Oriente Médio - Leste Europeu). Israel, cujo povo foi vítima ele mesmo de um genocídio, não reconhece o genocídio armênio. A diplomacia brasileira também não reconhece o genocídio, embora alguns estados que receberam a imigração armênia, como São Paulo, o façam.

O motivo do extermínio armênio foi, o que não é surpresa, perseguição religiosa. Os armênios eram um grupo majoritariamente cristão em um país islâmico, e o Estado turco cometeu o assassinato em nome de "homogeneização cultural", eliminando à força as diferenças.

Em uma das fotos, 16 meninas crucificadas depois de provavelmente estupradas. A testemunha ocular da crucificação, Aurora Mardiganian, foi ela mesma estuprada e mantida em um harém, o que não ia contra as regras relativas a prisioneiros de guerra do Islã. O tratamento das mulheres armênias era especialmente bárbaro, envolvendo repetição de tortura e estupro que frequentemente levava as vítimas ao suicídio. Para as desafortunadas que não sucumbiam à insanidade, o final dessa literal via crucis era uma zombaria com a própria religião das vítimas: a crucificação.

Em 1919 Hollywood produziu o documentário mudo "Leilão das Almas", sobre o genocídio armênio, buscando sensibilizar a América sobre o ocorrido. A sobrevivente Aurora Mardiganian foi uma das participantes do filme.



Este tabu completou 100 anos. Quantos anos mais completará até que a diplomacia mundial fale sobre ele chamando-o pelo que realmente é?

Fonte: Douglas Donin

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